quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Terror Noturno.




Pesadelo e Terror Noturno na infância

Durante os primeiros meses de vida, o sono do recém-nascido tem intensa ligação com a sensação de bem-estar e segurança. Com o amadurecimento, os momentos de vigília passam a ser cada vez maiores, e a criança fica mais desperta e participante do mundo ao redor. Com a ajuda da família, começa a assimilar quando deve dormir e por volta dos dois anos e meio, o hábito de dormir já deve ter sido adquirido, com maior ou menor tranquilidade.

O terror noturno acomete de 3 a 5% das crianças e tem um importante componente familiar. Ocorre com maior freqüência entre 3 e 7 anos de idade, no entanto, pode começar já aos 9 meses. A ocorrência diminui com a idade, sendo que menos de 1% dos adultos apresentam este distúrbio do sono.

 Mas o que é terror noturno?

É uma atividade anormal do sono. Ele faz parte de uma categoria de manifestações noturnas conhecida por parassonia. Falar e andar dormindo também são formas de parassonia. O terror noturno é bastante frequente em crianças, principalmente entre os 2 e os 5 anos de idade. Na fase pré-escolar, ele chega a atingir metade da população infantil, segundo estatísticas internacionais. Caracteriza-se por súbito alerta a partir de um sono de ondas lentas com um grito penetrante acompanhado por manifestações autônomas e comportamentais de medo intenso.
O que acontece com a criança na hora da crise?

O quadro apresentado varia com a idade. Os bebês de colo simplesmente acordam chorando no meio da madrugada. Já as crianças mais velhas também costumam gritar ou emitir sons sem nexo. Muitas vezes, os pais se deparam com o filho sentado na cama e de olhos abertos. E o que assusta é que a criança não reconhece ninguém e não para de chorar ou gritar. Durante uma crise de terror noturno, a criança pode chorar, gritar, gemer, sentar na cama e se debater. Mesmo que ela esteja de olhos abertos, não sabe que você está ali e não se acalma. A crise pode durar alguns minutos ou até mais de meia hora, e, depois que passa, a criança volta a dormir. No dia seguinte, não se lembra de nada.

Apesar de causar espanto, o terror noturno é uma manifestação benigna, ou seja, não representa risco para a saúde ou o desenvolvimento da criança.

O que explica o terror noturno?
A hipótese mais aceita é a de que o terror noturno tem a ver com o desenvolvimento do sistema nervoso central. É como se o cérebro ainda não estivesse suficientemente maduro para realizar a transição entre o sono e o despertar. Por isso, a criança fica em um “limbo” entre o dormir e o acordar. Em geral, pais que falam à noite ou são sonâmbulos têm filhos com terror noturno.

O que deve ser feito na hora da crise?
Normalmente a tentativa de acalmar a criança não é eficaz. O mais importante é manter-se próximo da criança para evitar acidentes ou quedas e jamais tentar acordar a criança. Os especialistas recomendam não falar com a criança ou pegá-la no colo, porque isso pode prolongar o episódio. Em 15 ou 20 minutos, normalmente a criança acalma-se  sozinha e voltar a dormir. É uma situação que costuma ser desesperadora para os pais: ver a criança ali tão assustada e não poder fazer nada. Console-se ao saber que pelo menos ele não vai lembrar de nada depois.

Fique atento, pois é preciso cuidado com as crianças que também caminham adormecidas. Nesse caso, não deve haver obstáculos ou objetos pontiagudos no quarto. O acesso a escadas e janelas também deve ser obstruído. Basicamente, a ordem é tomar medidas para evitar acidentes.
Qual é a diferença entre terror noturno e pesadelo?

Os sonhos acontecem durante o chamado sono R.E.M, que se dá no fim da madrugada. Já o terror noturno ocorre na primeira metade da noite, quando a pessoa ainda não atingiu o sono R.E.M. Muitas crianças acordam depois de um pesadelo. No caso do terror noturno, a criança dificilmente acorda por conta própria. Além disso, as pessoas se lembram dos sonhos ou pesadelos que tiveram, enquanto os que apresentam terror noturno nunca fazem ideia do que se passou durante a noite.

O terror noturno acontece com que frequência?
Varia bastante. Uma criança pode ter dois eventos em uma semana e ficar um mês sem manifestar o problema. Outra pode ter episódio a cada dez dias. Não dá para precisar.
Há algo que possa ser feito para evitar que o terror noturno aconteça?

Sim, há várias medidas que podem ser tomar para diminuir a chance de uma criança sofrer dos terrores noturnos. Em primeiro lugar, veja se ele está dormindo o suficiente. Crianças que ficam cansadas demais têm mais tendência a passar por terrores noturnos. Para fazer com que ele durma mais, prolongue a soneca da tarde, deixe-o dormir um pouco mais de manhã ou então coloque-o na cama mais cedo à noite. E capriche no ritual da hora de dormir, para ajudá-lo a se acalmar.

Os terrores noturnos costumam acontecer na primeira metade da noite. Por isso, uma estratégia, se nada mais estiver funcionando, é dar uma leve acordada na criança de uma a duas horas depois de ela ter adormecido. Com isso, o padrão de sono é alterado e há a possibilidade de o episódio de terror noturno ser evitado.
 
Existem situações que favorecem as crises?

É muito importante manter uma rotina adequada de sono para crianças com terror noturno. Isso significa dormir cedo e no horário e reduzir a agitação antes do sono. Quando a criança chega agitada de passeios e festas, o risco de apresentar eventos de terror noturno aumenta.
Problemas emocionais podem precipitar o terror noturno?

Sim, mas não é a regra. Diante de crises familiares, escola nova, chegada de um irmãozinho ou outras mudanças importantes em sua vida, as crianças têm mais chances de sonhar do que de apresentar terror noturno.

Há casos considerados graves?

Sim, porém são bastante raros. Existem crianças que tem dois ou três episódios por noite e passam a apresentar sintomas de privação de sono. Durante o dia, elas têm febre, sonolência e irritação. Também ficam mais vulneráveis a doenças. Nesse caso, é preciso procurar ajuda.
Existe cura para o terror noturno?

Não existe um tratamento específico, mas o terror noturno normalmente cessa quando a criança atinge a adolescência. Às vezes, o problema desaparece antes.

Fontes: Sites: Baby Center, Revista Crescer, Revista Pais e Filhos. Livro: Pediatria em Consultório e Acervo Pessoal

Um comentário:

  1. Nossa! Amei.
    Minha filha tem isso e nao entendia, agr entendo.

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