segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O que está por trás do sorriso do bebê?





Seu filho abre um sorriso e você corre para pegar a câmera e registrar esse momento gostoso. Treina as caretas mais estranhas, brinca de se esconder atrás da blusa e nem se importa se algum estranho estiver observando de longe. Afinal, ver a alegria do seu filho vale qualquer mico... Mas você sabia que, além de demonstrar alegria, a risada do bebê é um sinal de que ele se sente acolhido por você? “Precisamos entrar no mundo infantil e fazer com que a criança se sinta à vontade para expressar suas emoções. Um sorriso significa que ela está confortável para mostrar a felicidade”, explica Nelci Zanon, neuropediatra do Hospital Beneficência Portuguesa (SP).

Para o cientista Caspar Addyman, do Centro do Cérebro e Desenvolvimento Cognitivo de Birkbeck, Universidade de Londres, estudar as risadas dos bebês com menos de 1 ano pode esclarecer futuramente o modo como o cérebro funciona nessa fase da vida. E mais: revelar características do humor dos seres humanos. Para descobrir mais informações acerca do tema, Addyman criou um projeto no Birkbeck Babylab e pediu que pais do mundo inteiro mandassem depoimentos, vídeos e fotos de risadas dos filhos pequenos. Até o momento, 1,4 mil pessoas, de 25 países, já contribuíram com material. As perguntas direcionadas às famílias abordam assuntos como o horário em que o bebê mais ri e os brinquedos que despertam alegria.

Analisando os dados recebidos, os pesquisadores se surpreenderam com a idade em que os bebês deram o primeiro sorriso: 95% deles, nos primeiros dois meses de vida. No entanto, de acordo com Christian Muller, pediatra da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o sorriso nessa faixa etária é somente motor. Assim como seu filho movimenta os braços e as pernas desde o nascimento, pode também mexer os músculos faciais. “Ainda não é uma reação social, porque o desenvolvimento neurológico não permite que já responda a estímulos dessa forma”, explica. O mais comum é que, só entre 2 e 3 meses, o bebê comece a apresentar o sorriso diante das brincadeiras e interações do ambiente. Assim como ele percebe que chorar é uma forma de comunicar que está com fome, por exemplo, aprenderá também que a risada desperta reação ao seu redor - ganha carinho e atenção de todos os adultos.

O que fazer se seu filho não tiver essa reação?
O ideal é ficar atento ao comportamento dele. Nas primeiras consultas, o pediatra perguntará se você já presenciou aquele sorriso gostoso do bebê - mas nenhum diagnóstico será fechado somente com essa resposta. A ausência do sorriso pode indicar algum atraso de desenvolvimento ou lesão neurológica. “É apenas um sinal que funciona como alerta para os médicos investigarem se há, de fato, algum problema”, diz Muller.

Mas lembre-se: é preciso respeitar a individualidade dos bebês. Pode ser que o seu filho não sorria o mesmo número de vezes que os amigos – e isso não é preocupante. Além das diferenças particulares, ele pode estar com cólica ou algum desconforto passageiro e não reagir diante de sua brincadeira. Você já deve ter ouvido: “Seu filho é risonho! Vai ser uma criança sociável!”. Também é importante saber, no entanto, que o comportamento do indivíduo nos primeiros meses de vida ainda não representa qual será a personalidade dele. Afinal, ainda é um ser humano que está começando a se formar.

Vale lembrar que um dos principais fatores que influencia um bebê a ser risonho é o afeto e um ambiente harmonioso. Demonstrar carinho, olhar fixamente para os olhos dele e fazer brincadeiras (como cócegas na barriga) são formas de interação importantes para todo o desenvolvimento da criança.

Fonte- Revista Crescer.

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