segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Entrevista: Pai de menina sofre



Em minhas pesquisas pelo Facebook encontrei a fan page Pai de menina sofre e me apaixonei pelo trabalho de três papais que de uma forma humorada contam as crônicas do dia a dia com suas princesas, queria saber um pouco mais sobre o blog e a fan page e convidei um  dos criadores para participar de uma pequena entrevista e  ele topou, Confira abaixo um pouco do Pai de menina sofre.

Por: Carlos Henrique de Oliveira.

Como surgiu o Pai de menina sofre?
 

R- Surgiu numa conversa bem informal, em uma agência de publicidade onde trabalhava com o Maurício. Mas partiu de uma ideia plantada pelo Well que tinha acabado de descobrir que era pai de uma menina. Aí a conversa terminou naquela onda de "A gente podia montar um blog". Essa ideia não podia ficar só no papel, então tratamos logo de iniciar o projeto.

O surgimento do blog trouxe algum tipo de alivio para os "sofrimentos" ?
 

R- O único alívio foi poder compartilhar de um sofrimento com muito mais pais que estão na mesma situação que nós, e ver que não estamos sozinhos, rs.


Das historias contadas até aqui quais marcaram mais?
 

R- No meu caso fica difícil escolher uma história pois sempre a última é a história que estou vivendo no momento.

Acho que para um pai de menina o maior sofrimento é o futuro namorado, sei que está longe para isso acontecer. Mas esse seria um episódio que vocês gostariam de não contar no blog?

Olha se eu tiver a oportunidade de contar esta história no blog vai ser fantástico, pois isso representaria a longevidade do nosso projeto. Mas eu imagino que seria como um episódio do Porta dos fundos "O Gorilão da bola azul". veja aqui: https://www.youtube.com/watch?v=0b_l0bE_E9s

Aqui em casa eu escuto sempre a seguinte frase: " Eu sei que você vai acobertar os namoricos da Sarah, toda mãe faz isso." Estão de acordo com essa frase?

R-
  Acho que a minha relação com a minha filha é muito de cumplicidade e creio que ela não vai temer me contar um possível namorado e talvez possa variar de família para família, mas o papel do pai não deve ser sempre do Xerifão que bota medo em todo mundo, creio que devemos buscar o contato com nossas filhas a ponto de sermos os amigos e confidentes.

Vocês teriam algum conselhos para os papais de meninas? quais?
 

R- Acho que um bom conselho seria seguir nossa fan page PAI DE MENINA SOFRE e acompanhar nossas histórias no blog todas terças e quintas as 21h.
O resto a vida ensina.


Se por algum motivo vocês estivessem longe de suas filhas e o único  meio de comunicação fosse por carta o que escreveriam a elas?

R-
Quando a Lana nasceu, ela ficou alguns dias na U.T.I neonatal e acabei escrevendo um texto sobre aquele momento acho que caberia uma carta:

Logo eu, que vivo criando diversas coisas dia após dia.

Mal sabia o que eu tinha criado.

Era mais um domingo. Tudo tranquilo. A não ser umas dores que pareciam normais.

Um dia típico de final de semana, que já estava dando náuseas só de olhar o Faustão.

Fiquei com a pulga atrás da orelha após saber que o sangue era um sinal de que este dia ia ficar marcado pelo resto de minha vida. Sim, sangue não é normal aos 7 meses de gestação, ainda mais seguidos por dores - estas que seriam contrações pré parto. Pegamos o carro e fomos em direção ao hospital para saber o que estava acontecendo. Ao menos até a bolsa estourar. Daí em diante já estava claro. Vai nascer hoje. Tudo bem que se passaria a meia-noite e seria amanhã. Foram longas quatro horas e trinta e quatro minutos de espera, que se assemelharam a uns bons dias.

Até que olho um ser tão perfeito quanto qualquer composição artística que já tinha realizado.

Não tinha reserva de verniz e nem couchê fosco que fizesse ficar mais atrativo.

Os traços mais belos e a união mais perfeita. Só consegui sentir que havia um pedaço do meu coração batendo ali dentro. Sim. Havia parte de mim passando por entre aquelas veias.

Porém fiquei de mão atadas sem nada a fazer. Teria que esperar para vê-la novamente, e seria por pouco tempo.

Assim se passou mais uns longos 13 dias - estes que se pareceram uns anos.

Até que com meu ovo de páscoa recebo a notícia de que ela estaria ao lado da mãe 24 horas por dia, no quarto do hospital. Não seriam os os meus olhos ali em cima. Mas seriam de alguém bem mais requisitado do que eu.

Era necessidade. Hoje recebi uma previsão de alta. Estou maravilhado, e orgulhoso de dizer que de tantas criações que já tive em minhas mãos, essa é o meu maior e eterno orgulho que já tive e já terei. Mesmo que eu repita o ato, há espaço para mais orgulho. Orgulho de um jovem e inexperiente pai, que hoje não pode mais procurar um alicerce. Há de ser o maior de todos os alicerces para servir de base para tal criação.

É, não tem layout, não tem Rough. Lana você se superou. Pode ler este texto quando eu estiver babando no seu "beábá".



PS: Dizem que para uma pessoa fazer sua parte no mundo, precisa plantar uma árvore, fazer um filho, e escrever um livro. Pois é só falta o livro, quem sabe já não seja parte dele.


Obrigado, foi muito divertido responder a estas perguntas e ainda pude até me conhecer um pouco melhor.


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